SURGIMENTO
E IMPORTÂNCIA DA SOCIOLOGIA EM DIFERENTES DISCIPLINAS
Elias
Canuto Brandão
Doutor em Sociologia. Docente no Colegiado de Pedagogia da Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR – Campus Paranavaí) E-mail: eliasbrandao.unespar@gmail.com.br ou canutobrandao@hotmail.com
Introdução
Diariamente estamos envolvidos social e
politicamente com nossos pares e concorrentes em pequenos ou grandes grupos,
interagindo-nos socialmente e disputando espaços político, cultural e
econômico na sociedade.
Como a interação social não escolhe dia,
local, universidade, formação, curso, disciplina ou grupo social, ocorrendo
na família, clube, universidade, trabalho, ônibus e sala de aula, é
indicativo que nos aprofundemos no estudo da ciência sociologia, visando
compreendermos o todo da sociedade e suas formas de organização e disputas
pelo controle dos espaços e dos poderes.
Desta forma, a sociologia tem por objeto
estudar as interações e relações sociais em e nos grupos e tudo que neles
ocorrem e decorrem socialmente (maneiras de pensar, sentir e agir), formas de
controle e de disputas, o que direta e indiretamente influencia no
comportamento e na estrutura social do grupo, da sociedade e dos poderes.
Independente dos cursos de graduação
(administração, contabilidade, economia, enfermagem, educação física,
direito, pedagogia, matemática, letras...), não há justificativas que
sustentem questionamentos sobre a não importância do estudo da sociologia,
considerando que, primeiro, vivemos em sociedade e em grupo social,
interagindo-nos uns com os outros, o que por si, justifica o estudo da
sociologia. Não nascemos isolados e vivemos em comunidade. Ao adentrarmos o
mundo do trabalho, temos que nos adaptar a uma realidade nova e trabalharmos
em equipe, onde as disputas podem ser acirradas, honestas e desonestas.
Enfim, a sociologia na formação do estudante ou pesquisador acadêmico
objetiva possibilitar que o mesmo tenha um conhecimento sustentável sobre a
sociedade que ele está inserido, contribuindo com os mais diferentes debates
sociais e políticos por meio da pesquisa bibliográfica e de campo. Destacamos
que, independente do curso de cada acadêmico, em princípio todos são
pesquisadores.
Social e profissionalmente estamos em contato
com pessoas na empresa, sala de aula ou em um consultório. Sempre estamos nos
socializando, interagindo com pessoas, influenciando ou sendo influenciado
por elas e ou pelo grupo social do qual fazemos parte: clube, igreja,
associação, universidade, sindicato...
Antes do surgimento do termo sociologia
Na antiguidade ou no presente, nenhum tipo de animal viveu só. Os
agrupamentos sociais marcaram e marcam o convívio social, seja por questões
de convívio e instinto, seja por questões de defesa pessoal e do grupo. Assim
surgiram os governos no Egito, Mesopotâmia, Roma ou Brasil, no Oriente e no
Ocidente. O marcante é a vivência grupal, socializando-se. Destacamos que os
animais racionais (os homens) avançaram neste processo e desenvolveram
habilidades que outros animais (os irracionais) não desenvolveram e continuaram
a viver como se na pré-história.
A evolução do animal racional foi tamanha que na contemporaneidade tem
sido capaz de sua autodestruição por meio do desenvolvimento da ciência e da tecnologia
contra si e seus pares, por meio de bombas como atômica e das guerras. Por
outro lado, esta evolução foi resultado do desenvolvimento da escrita e da
fala na antiguidade, contribuindo para o surgimento de várias áreas das ciências
e da comunicação dos componentes dos grupos.
Destaque-se que a comunicação – por meio da fala – entre os animais
racionais ocorre há séculos – milhares, milhões ou bilhões de anos – e, mesmo
que a fala não tivesse existido, estariam os animais, talvez irracionais,
vivendo em grupo, pois a vida em grupo faz parte dos animais, independente de
sua categoria por espécie. Diferente da fala praticada entre os animais
racionais, a escrita não passava de rabiscos ou desenhos soltos que se evoluiu
aos poucos, por séculos. A fala tem sido reconhecida como a primeira grande
revolução da história? Sem a Revolução “Fala”,
os animais racionais (categorizados como seres humanos) teriam tido
dificuldades de comunicação entre eles e entre outros diferentes grupos
sociais.
Por que não reconhecer também que a segunda grande revolução da
história foi o desenvolvimento da escrita e de sua interpretação, a leitura?
A Revolução da Escrita e da Leitura
também foi resultado de um processo histórico lento e gradual, que perpassou
milhares ou milhões de anos e que só foi datado pelos historiadores e
cientistas há aproximadamente cinco mil anos a.C.
A Revolução da Escrita e Leitura
foi resultado de brincadeiras, erros e acertos na interpretação de sinais e
rabiscos entre crianças, jovens e adultos, homens e mulheres da antiguidade.
As revoluções da fala, escrita e leitura não significaram o início da
vida em sociedade, mas o aperfeiçoamento e desenvolvimento da vida em
sociedade, resultando na organização das cidades-estados e no aperfeiçoamento
das técnicas e da ciência que continua em desenvolvimento.
Por que não reconhecer que as revoluções da fala e da escrita
possibilitaram a revolução do conhecimento e que foram mais importantes que as
revoluções Francesa e a Industrial? Foram elas, enquanto revoluções ainda na
antiguidade que possibilitaram os diferentes grupos sociais antigos a se
comunicarem e a desenvolver rápidas habilidades e criatividades a partir de
5.000 a.C., resultando no desenvolvimento da ciência e tecnologia
contemporânea, assim como na concretização de centenas de guerras civis e
militares, com armas bélicas e atômicas, locais, regionais e mundiais.
Sem a Revolução da Escrita talvez não soubéssemos das experiências
políticas dos impérios do Egito, Mesopotâmia, Grécia e Roma. Não soubéssemos
das formas de organização das religiões e culturas antigas e medievais. Não tivéssemos
tido o mundo feudal e o Renascimento das idéias, nem vivenciado a ambição de
Hitler em dominar o mundo através da Alemanha e não estaríamos presenciando o
Império Americano intervindo político e militarmente em todos os espaços da
terra, apesar da ascensão economia da China e da organização dos grupos das
intituladas potências dos oito países mais ricos da terra ou vinte países com
potencial visibilidade econômica, assim como blocos econômicos organizados
nas diferentes partes dos continentes como a UNIÃO EUROPÉIA; NAFTA (Tratado
Norte-Americano de Livre Comércio); MERCOSUL (Mercado Comum do Sul); PACTO ANDINO;
APEC (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico); ASEAN (Associação de
Nações do Sudeste Asiático); SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da
África Austral); MCCA (Mercado Comum Centro-Americano) ou Aliança do Pacífico
(bloco econômico latino-americano).
Sem a Revolução da Escrita, o que seria da documentação histórica sobre
a divisão da terra em mundo ocidental e oriental, norte e sul, países pobres
e ricos economicamente, primeiro, segundo e terceiro mundo, globalização e
internacionalização, liberalismo e neoliberalismo, positivismo ou marxismo,
sistema capitalista, socialista ou comunista?
Sem as primeiras revoluções, poderíamos estar no mundo antigo, sem ciência
e tecnologia, talvez andando eretos. E o que teria sido do controle
ideológico da Igreja medieval, da existência das cruzadas para o Oriente, da
inquisição sobre os pensadores e da usura, das grandes navegações e invasões de
continentes por portugueses, espanhóis, holandeses e ingleses, na América ou
na África?
Sem a Revolução da Escrita, o desenvolvimento tal qual vivenciamos poderia
ser totalmente diferente e nem diria atrasado, mas noutra dimensão aos olhos
da formação ideológica ocidental. Estaríamos ainda nos comunicando primitivamente?
Quem sabe. Possivelmente sem preocupação com o acúmulo de capital, bens e
poder. Também talvez não tivéssemos tido desmatamento em todos os continentes
e os nativos (intitulados de índios pelos invasores portugueses) não teriam
sido dizimados no Brasil, assim como os negros não teriam sido capturados na
África e escravizados no Brasil. Talvez não tivéssemos energia elétrica,
revolução industrial ou francesa, aviões e chegada do homem à lua, primeira e
segunda guerra mundial, nem mesmo a guerra nas estrelas e a água não seria
potável e sim, natural.
Considerando que o homem vive em sociedade, ao se desenvolver
potencializa-se para avanços e autodestruição. Assim é a história das
sociedades. Os homens vivenciaram experiências antigas e medievais, orientais
e ocidentais e, o renascimento das idéias de pensadores como Maquiavel, Tomás Morus, Tomaso
Campanella, Francis Bacon, Tomas Hobbes, entre outros no mundo ocidental contribuíram com o aniquilamento
do sistema feudal – as monarquias –, adubando o avanço do sistema capitalista
que se concretizou pela Revolução Francesa e Industrial. Devido a rapidez das
invenções tecnológicas e a globalização, o futuro das sociedades é uma
incógnita.
Renascimento
Diferente
da Idade Antiga e Média, neste período surgem autores mais realistas sobre os
fenômenos sociais, contribuindo com mudanças que só foram sentidas séculos
mais tarde. Entre os autores, destacamos Maquiavel, Tomás Morus, Tomaso
Campanella, Francis Bacon e Tomas Hobbes.
·
Nicolau Maquiavel (1469-1527), historiador e
poeta, na obra "O príncipe"
– um dos livros políticos mais completos –, contribuiu na
construção do conceito de Estado atual.
O livro sugere, entre outras, a famosa expressão os fins justificam os meios, defendendo a centralização do
poder político e não propriamente o absolutismo;
·
Tomás Morus (1478-1535), diplomata,
escritor e advogado, escreveu entre outras, a obra "Utopia". Embora utopia signifique lugar nenhum, para Morus é
uma concepção teórica de um estado perfeito, de plenas liberdades, sobretudo
religiosa, em contraposição à sociedade inglesa com problemas estruturais e
conjunturais;
·
Tomaso Campanella (1568-1639) filósofo, poeta e
teólogo dominicano, escreveu várias obras, entre elas destaca-se a "Cidade do sol" – no mesmo plano
de Utopia. Cidade ideal, perfeita;
·
Francis Bacon (1561-1626), político e
filósofo, escreveu a obra "Nova
Atlântida", que trata de uma experiência em uma ilha por veleiros
que iam para China e Japão e que corriam risco no mar, mostra a natureza
como uma forma de viver frente o avanço industrial;
·
Tomás Hobbes (1588-1679), matemático,
teórico político e filósofo, em a obra "O Leviatã", coloca sua visão de natureza humana, dizendo da
necessidade de se ter governos e sociedades.
Os
renascentistas, descordando do modelo de sociedade que vivenciavam, propunham
e visualizavam uma sociedade sem problemas e utópica, semelhante ao que
contemporaneamente defendemos como democrática e democrática participativa.
Séculos à frente não estaremos sendo analisados como utópicos?
No Século
XVIII
Novos
pensadores analisam a sociedade de forma mais realista, sem, no entanto,
apresentarem a necessidade de uma ciência específica que analisasse a
sociedade da época. Entre os pensadores, destacamos:
Giambattista Vico (1668-1744), com "A nova ciência" defende a teoria
de que “a sociedade se subordina a leis definidas, que podem ser descobertas
pelo estudo e pela observação objetiva”. Diz: “O mundo social é obra do
homem”.
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), afirma entre
outras teorias em "O contrato
social" que “[...] o homem nasce puro e a sociedade é que o
corrompe”.
Século XIX e os precursores e clássicos da sociologia
Com o avanço da organização da burguesia e
do capitalismo que dividia a sociedade entre classes sociais distintas
(proprietários dos meios de produção e proletários), surgem pensadores como Henri
de Saint-Simon, Joseph Proudhon e Auguste Comte que questionam a
sociedade da época, tornando-se os precursores da sociologia.
Auguste Comte, por exemplo. É considerado o
pai do termo sociologia por ter usado, em 1839, no Curso de Filosofia
Positiva, a palavra sociologia. Naquele momento, diante dos problemas
sociais, a sociologia – enquanto possível ciência – surge como resposta
acadêmica aos desafios postos e aparentemente difíceis de serem explicados e
resolvidos.
Também são considerados precursores Herbert
Spencer e Gabriel Tarde. Destacamos, no entanto, como clássicos da sociologia,
os pensadores Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx. Sobre estes três vale um
estudo e pesquisa sobre cada um deles. Apenas adiantamos que:
Com os precursores e os clássicos, as
investigações dos fenômenos sociais ganharam caráter científico e a
sociologia, enquanto ciência avançou nas investigações para compreender como
a sociedade se organiza e como seus componentes se relacionam e interagem.
Diante do exposto, não há como negar a importância do estudo da
sociologia, conhecendo como de fato surgiu e enquanto academia o que pode ser
analisado, questionado e discutido seja nas áreas de humanas, biológicas,
saúde ou exatas.
A sociologia na formação continuada e na academia
A sociologia contribui com a formação de
qualquer ser humano, seja cidadão ou camponês, professor ou pesquisador,
possibilitando terem um conhecimento sustentável sobre a sociedade que ele
está inserido, contribuindo com os mais diferentes debates sociais e
políticos. No caso da academia, por meio da pesquisa bibliográfica e de campo,
das discussões e análises, com técnicas e metodologias, possibilitando que o
acadêmico, independente da graduação – em princípio – sejam pesquisadores ou
pesquisador em potencial, podendo ser cientista.
Entre as ciências, a sociologia perpassa
todas as graduações por estudar as relações e as interações sociais,
independente da função e responsabilidade das pessoas no grupo e na
sociedade.
Estudar a sociologia contribui para
compreender a organização e interação da sociedade, assim como as regras por
ela impostas e a interligação das pessoas em grupos, associações, movimentos
sociais e instituições, de uma rua até as comunidades organizadas mais
distantes, inclusive em e entre diferentes países – a globalização e, isto,
independe do curso, da ideologia, do grupo social que a pessoa esteja
inserida.
Diante do exposto, uma pergunta direta: Como
surgiu a sociologia? Surge no séc. XIX visando compreender o que estava
acontecendo na sociedade da época: revolução industrial, revoltas dos
trabalhadores, mulheres, homens e crianças trabalhando muitas vezes alem das
forças físicas, apresentando problemas de saúde...
Desta forma, a sociologia faz parte do
conjunto das Ciências Sociais e é ela uma Ciência Social. Por que é uma
Ciência? Por ser um “conjunto de conhecimentos obtidos através da
investigação sistemática, objetiva e empírica” (MEGALE, 1989, p. 41) e, “para
se chegar ao status de ciência, o conhecimento deve passar por etapas entre
as quais a verificação ou confirmação dos resultados” (p. 42) do que se
pesquisa. Para tal, devemos formular o conhecimento do objeto a ser
pesquisado. Para a formulação é necessário pesquisas bibliográficas, de campo
e leituras a respeito do objeto que almejamos pesquisar. Para Megale, a
formulação significa,
[...] vários conhecimentos vinculados entre si, formando uma teoria
que constantemente está sendo posta à prova. Segundo, esta teoria ou conjunto
de conhecimentos foi gerado por investigação (estudo, pesquisa, busca de dados)
sistemática, ou seja, criteriosa, metódica, dentro da lógica ou coerência.
Terceiro, a investigação é objetiva, isto é, visa à verdade, retrata
fielmente o objeto ou fenômeno estudado, sem opiniões pessoas dos
pesquisadores e interferir nos resultados. Quarto, investigação empírica
indica que o conhecimento é fruto de experiência, de tentativas de repetir o
fenômeno, para se assegurar, com certeza, de seus resultados (Ibdem).
Até enquanto as Ciências Sociais faziam
parte de uma única ciência, ou seja, não havia sido dividida entre
sociologia, economia, antropologia, política, entre outras, nela se
pesquisava e estudava “o comportamento social humano em suas várias formas e
organização” (OLIVEIRA, 1997, p. 7). Atualmente, além das que citamos, outras
fazem parte das especificidades como a sociologia jurídica, da enfermagem, do
esporte, da educação, rural... Alguns pesquisadores ainda colocam a história
e a geografia nesta divisão, cada uma delas com uma função específica.
Verifiquemos o objeto de estudo de algumas
ciências sociais.
A sociologia é a ciência que estuda as relações e
as interações sociais, formas de associação, comportamento e vida social no
grupo, estruturas e vida social, a cooperação, competição e conflito na
sociedade e ou grupo social. A sociologia é o estudo dos grupos sociais e
tudo que nele decorre em função da interação e relações sociais, sobretudo da
abordagem dada pelo pesquisador direcionada às sociedades moderna e
contemporânea. É como descreveu Cristina Costa (1997, p. 11), “a sociologia é
uma ciência que se define não por seu objeto de estudo, mas por sua
abordagem, isto é, pela forma como pesquisa, analisa e interpreta os
fenômenos sociais”. Quando o estudo estiver voltado às sociedades primitivas,
a ciência que dela se preocupa e a Etnologia que, por sinal, é muito próximo
da sociologia.
Entre outras conjecturas, sociologia “é o
estudo das regras sociais e dos processos que ligam as pessoas em
associações, grupo e instituições”, assim como é o estudo dos “fenômenos que
ocorrem quando vários indivíduos se encontram em grupos de tamanhos diversos,
e interagem no interior desses grupos”. O interesse da sociologia abrange
desde o comportamento das pessoas em grupo, enquanto seres sociais em “uma
rua até o processo global de socialização (globalização)” (WIKIPEDIA, 2007).
A sociologia é resultado dos acontecimentos
sociais e econômicos do mundo moderno: Revolução Industrial e Francesa no
século XVIII, problemas de saúde e moradia, revolta dos trabalhadores,
confrontos entre trabalhadores e burguesia, exploração dos trabalhadores na
Inglaterra, França e Alemanha nos séculos XVIII e XIX, incluso o trabalho de
mulheres e crianças em até 20 horas por dia. Marx descreve uma situação
observada no início de 1866 que traduz o que ocorria no início da formação do
sistema capitalista e que levou ao surgimento da sociologia. Diz ele que,
Durante
os últimos 5-6 anos ele [o trabalho] foi sendo aumentado para 14, 18 e 20
horas e quando a afluência de viajantes é particularmente intensa, como no período
dos trens de excursões, estendia-se muitas vezes a 40 ou 50 horas sem
interrupção. (MARX, 1988, p. 194).
A antropologia objetiva estudar a evolução humana e
cultural: tudo o que o homem inventa e usa. Objetos materiais, valores,
crenças, símbolos, costumes, comportamento..., ou seja, “pesquisa as
semelhanças e as diferenças culturais entre os vários agrupamentos humanos”
(OLIVEIRA, 2002, p. 10), como se originou e evoluiu a cultura, da antiguidade
à contemporaneidade: religiões, magia, casamento... Assim como as influências
dos grupos étnicos em uma sociedade. A diferença entre a Sociologia e
Antropologia está nos problemas teóricos investigados e nos métodos de
pesquisa utilizados por sociólogos e antropólogos do que com os objetos de
estudo em si, pois ambas estudam a vida social em grupo com métodos
diferenciados.
A economia ou sociologia econômica estuda a organização de grupos
humanos e as relações econômicas voltadas às atividades para a satisfação de
necessidades materiais: “produção, circulação, distribuição e consumo de bens
e serviços” de mercadorias e troca (OLIVEIRA, 2002, p. 10). Para Lakatos, um
exemplo do estudo desta ciência são as “conseqüências sociais das greves ou a
influência das mesmas na deterioração da moeda”, assim como a “alteração da
organização das empresas industriais no sentido da participação dos
trabalhadores nos lucros da empresa” (LAKATOS, 1982, p. 28). Para Karl Marx,
as pesquisas econômicas geralmente são influenciadas por teorias
sociológicas.
A psicologia social estuda o comportamento dos
indivíduos na sociedade, assim como as influências dos contatos e valores da
sociedade sobre sua personalidade, resultando nas reações coletivas, na
interação mútua e recíproca e nas alterações das condutas dos indivíduos do
grupo e da sociedade em questão, moldando-os culturalmente sobre determinados
temas ou assuntos sociais, políticos, econômicos ou culturais como
natalidade, questão racial (LAKATOS, 1982, p. 24), orientação sexual no grupo/sociedade...
Ou seja, a preocupação da psicologia é com o indivíduo em si e não com o
grupo que ele está inserido. Acrescentemos que a psicologia social “se
preocupa também com as motivações exteriores que levam o indivíduo a agir de
uma forma ou de outra”, enquanto que “o enfoque da Sociologia é na ação dos
grupos, na ação geral” (WIKIPEDIA, 2007).
Não é diferente com a sociologia da
enfermagem, sociologia jurídica, do esporte, rural, urbana, industrial e
outras.
De forma ampla, as Ciências Sociais visam
pesquisar o comportamento social humano e suas várias formas de organização
e, para isto subdivide-se em especialidades visando a investigação científica
(trabalho, escola, lazer, cultura...). No nosso caso, interessa-nos o estudo
da sociologia e, para cada curso, sua especificidade. O professor que for
trabalhar na Educação direcionará a sociologia à Educação; se na economia, a
intitulará sociologia econômica; se no campo, pode-se denominar sociologia
rural; quando urbana, sociologia urbana; no curso de direito, sociologia
jurídica e assim por diante.
E a Sociologia no
Brasil?
No Brasil, a sociologia aparece introduzida
no sistema escolar, nos currículos dos cursos secundários entre 1925 e 1928
sobre orientação positivista buscando realizar análises objetivas da realidade
para então compreendê-la.
Houve tentativas de inserção da sociologia
em décadas anteriores, mas somente na década de 1920 é que a mesma adentrou o
sistema educacional e, na década de 1930, adentra o ensino superior. Para
melhor compreender a Sociologia no Brasil, orientamos conhecer as produções
científicas de Fernando Azevedo (1894-1974), Antonio Candido de Mello e Souza
(1918-) e Florestan Fernandes (1920-1995).
Referências Bibliográficas
CHAVES,
Lázaro Curvêlo. O surgimento da
sociologia e o socialismo. Disponível em: <http://www.culturabrasil.org/oquee.htm>.
Extraído em 01 mar 2007.
COSTA,
Cristina. Sociologia – Introdução à
ciência da sociedade. 2ª ed., São Paulo: Moderna, 1997.
LAKATOS,
Eva Maria. Sociologia geral. 4ª
ed., São Paulo: Atlas, 1982.
MARX, K. O capital: crítica da economia
política. BARBOSA, R.; KOTHE, F,R. (Tradutores). 3ª ed., São Paulo: Nova
Cultural, 1988 – Os economistas.
MEGALE,
Januário Francisco. Introdução às
ciências sociais – roteiro de estudos. São Paulo: Atlas, 1989.
OLIVEIRA,
Pérsio Santos de. Introdução à
Sociologia. 24ª ed., São Paulo: Ática, 2002.
TOMAZI,
Nelson Dacio. Sociologia da educação.
São Paulo: Atual, 1997.
WIKIPÉDIA.
Sociologia. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Sociologia>.
Extraído em 28 fev 2007.
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11 outubro, 2007
Surgimento e importância da sociologia em diferentes disciplinas
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Quanto ainda teremos de esperar para ver a Sociologia implantada no Curriculo mínimo das escolas de 2o grau?
ResponderExcluirotimo texto indicando influencia
ResponderExcluirbom
ResponderExcluirBom, esta otimo mais eu acho que deveria fazer um resumo porque e muita coisa ,
ResponderExcluirmuy bien excelente brasil
ResponderExcluirfoi de grande proveito ;)
ResponderExcluirParabéns, é um texto rico, que explica com clareza a importância da insersão da sociologia nas disciplinas.
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